Mestrado em Gestão e Conservação da Natureza

... sobre o território comum, olhar a realidade de forma integral e de modo científico

Maria de Lurdes Espadinha Esteves Teixeira Pires

Contribuição para o Estudo da Ecologia e Conservação de Asphodelus bento-rainhae P. Silva

Orientadores:
  • José Pedro Pestana Fragoso de Almeida
  • Luís Cláudio de Brito Brandão Guerreiro Quinta-Nova

  • Dissertação disponível em: http://hdl.handle.net/10400.11/245

    Resumo

    Asphodelus bento-rainhae P.Silva é uma espécie de Liliaceae endémica da vertente norte da Serra da Gardunha (Fundão). Atendendo à sua reduzida distribuição geográfica e ao facto de ser considerada uma espécie ameaçada é fundamental o conhecimento detalhado dos factores ecológicos que condicionam a sua distribuição e abundância. Os objectivos deste trabalho são, assim, a determinação da densidade total e da densidade de plantas em floração em diversos tipos de habitat em função de vários parâmetros ecológicos. Pretende-se com estes dados contribuir para que a gestão dos habitats possa ser efectuada de forma a compatibilizar os usos do solo com a conservação da espécie. Este aspecto é particularmente importante visto que se assiste actualmente a uma alteração dos usos agro-florestais da zona, nomeadamente o incremento de áreas de cerejal. Foram realizadas contagens do número de plantas em 648 parcelas de 1 m2 procurando abarcar os diversos habitats e situações ecológicas onde ocorre A. bento-rainhae. Através do modelo de regressão de Poisson, pelo método da quasi-verosimilhança, foi possível identificar as variáveis ambientais estatisticamente significativas no valor médio de densidade de A. bento-rainhae. Para determinar, de forma precisa, o modo como cada uma das variáveis anteriormente identificadas influencia a densidade, recorreu-se à realização de testes não paramétricos. Concluiu-se que as variáveis determinantes na densidade da espécie foram o tipo de habitat e o respectivo grau de cobertura. A maior densidade total da espécie (5,09) verificou-se em habitats pouco abertos (bosque de castanheiro e bosque de pinheiro, e orlas de bosque), enquanto que a densidade de floração foi significativamente superior (0,91) em habitats de menor grau de cobertura (orlas de cerejal, cerejal sem intervenção, orlas de bosque e matos). Parece, além disso, possível a compatibilização dos pomares de cerejeiras com a conservação de A. bento-rainhae.

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