Mestrado em Gestão e Conservação da Natureza

... sobre o território comum, olhar a realidade de forma integral e de modo científico

Selma Andrea Resendes Cordeiro

Monitorização de fluoretos na água captada para consumo humano no concelho de Ponta Delgada (São Miguel - Açores)

Orientadores:
  • José Virgílio Cruz
  • Rui Moreira da Silva Coutinho

  • Dissertação disponível em: http://hdl.handle.net/10400.3/1537

    Resumo

    A água subterrânea captada para consumo humano no concelho de Ponta Delgada e que abastece cerca de 70 000 pessoas, apresenta uma evolução crescente na concentração em fluoretos. As concentrações tendem a atingir os 2,0 mg/L quando o seu valor paramétrico é de 1,5 mg/l. Como entidade gestora de água, os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Ponta Delgada captam, conferem tratamento adequado, transportam, armazenam e distribuem água ao concelho de Ponta Delgada, fornecendo ainda água em alta aos concelhos de Lagoa e de Ribeira Grande. A água captada é integralmente de origem subterrânea, totalizando 45 captações de nascentes e três furos de captação. Ora, o historial de resultados das análises físico-químicas efectuadas à água distribuída pelos SMAS de Ponta Delgada revela que, ao longo dos anos, tem havido um aumento da concentração em fluoretos em algumas captações, nomeadamente nas nascentes em torno da caldeira do Maciço Vulcânico da Serra de Água de Pau e nas nascentes em torno da caldeira do Maciço Vulcânico das Sete Cidades. De forma a estudar os mecanismos de enriquecimento das águas em fluoreto, optou-se por determinar uma série de parâmetros (pH, temperatura, condutividade, CO2, bicarbonato, fluoreto, sódio, cloreto, sulfato, fosfato, potássio, cálcio, magnésio, nitrato e sílica) que, para além de terem possibilitado a caracterização físico-química das captações, permitiram estudar os processos hidrogeoquímicos que, eventualmente, estiveram na origem da composição química das águas estudadas. Procedeu-se à especiação química para os diferentes elementos estudados, determinando-se as espécies dominantes em solução, e calculou-se os índices de saturação, para diversos minerais, o que permitiu concluir-se que as origens de fluoreto nas águas captadas devem-se, substancialmente, a fenómenos de interacção água-rocha, atendendo que as rochas predominantes nos aquíferos são rochas silicatadas ricas em flúor, como, por exemplo, o basalto, a pedra-pomes e o ignimbrito. Aplicando modelos reaccionais de mistura, modelou-se a evolução da espécie química dominante em flúor para duas origens de água, consoante o gradiente de mistura, cujo objectivo visou a diminuição da probabilidade de incidência da fluorose dentária e da contracção de cárie dentária em zonas de abastecimento predispostas a estas patologias. O modelo encontrado mostrou ser capaz de calcular as fracções de mistura óptimas que permitem, simultaneamente, a diminuição da concentração em fluoreto na água distribuída na zona de abastecimento de Bretanha e Remédios e o aumento da concentração de fluoreto nas zonas de abastecimento de Santa Bárbara e Remédios e de Santo António e Capelas, conseguindo valores compreendidos entre 0,5 e os 1,0 mg/L.

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