Mestrado em Gestão e Conservação da Natureza

... sobre o território comum, olhar a realidade de forma integral e de modo científico

Luís Carlos da Fonseca Crespo

Faunística e conservação das aranhas (ordem Araneae) nas Ilhas Desertas (Madeira)

Orientadores:
  • Paulo A.V. Borges
  • Pedro Cardoso

  • Dissertação disponível em: http://hdl.handle.net/10400.3/2845

    Resumo

    Apesar do conhecimento relativamente satisfatório da aracnofauna do arquipélago da Madeira, o mesmo não se observa para as Ilhas Desertas, já que até à presente data apenas estavam referenciadas 11 espécies nestas 3 ilhas localizadas a cerca de 20 km a Sudeste da Madeira. Os únicos trabalhos sobre a aracnofauna das Desertas são pertencentes a pioneiros na área da taxonomia. Assim sendo, é importante inventariar a sua comunidade de aranhas. Foram para este efeito usadas várias técnicas de amostragem, tanto padronizadas como adhoc. São agora conhecidas 49 espécies, muitas das quais a aguardar descrição futura. É notável um caso de radiação explosiva no género Dysdera que conta com 6 espécies endémicas na Deserta Grande, uma ilha apenas com 10 km2, e uma espécie adicional do Bugio, estando todas elas por descrever. De entre as muitas endémicas, a tarântula-das-Desertas (Hogna ingens (Blackwall, 1857)) encontra-se restrita a um pequeno vale na zona Norte da Deserta Grande, o Vale da Castanheira. Este Vale encontra-se ocupado pela planta Phalaris aquatica L., invasora dominante desde a erradicação do coelho em 1996. O Parque Natural da Madeira tem vindo a efectuar esforços no sentido de a erradicar, mas a eficácia deste esforço ainda não foi avaliada e procurar-se-á estudar o efeito da invasora na presença e abundância da tarântula. O seu porte de 40 mm de corpo torna-a um predador de topo neste habitat, mas pouco se sabe acerca da sua população, sendo os únicos trabalhos publicados sobre esta espécie de natureza taxonómica. O seu habitat restrito e a flora invasora colocam a espécie potencialmente em perigo e exigem que seja determinado um estatuto de ameaça segundo os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), levando à prioritização de medidas de protecção da espécie. As actividades científicas realizadas foram enquadradas no âmbito do projecto SOST-MAC (ref. MAC/2/C040), financiado pela Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais da Região Autónoma da Madeira.

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