Maria Alice Bompastor Ramos
Matos do Parque Natural de Montesinho - Erosão hídrica e dinâmica do Carbono: Um estudo à micro-escala com simulação de chuva
Matos do Parque Natural de Montesinho - Erosão hídrica e dinâmica do Carbono: Um estudo à micro-escala com simulação de chuva
Orientadores:
Resumo
Este trabalho de tese desenvolveu-se no Parque Natural de Montesinho, porque a área de Montesinho é considerada de elevado risco potencial de erosão hídrica, devido essencialmente ao relevo nos troços mais encaixados das principais linhas de água. Por outro lado, a extensão de matos na área é muito considerável, importando avaliar, de modo quantificado, o seu papel na protecção dos solos, entre outras das suas funções ecossistémicas. Os objectivos gerais desta tese são estudar a erosão hídrica do solo em áreas de matos do Parque Natural de Montesinho, bem como caracterizar estas comunidades vegetais quanto ao Carbono que armazenam e a sua dinâmica determinada pelo processo erosivo. Foram quantificados o escoamento e o transporte de sedimentos, produzidos em ensaios de campo realizados com um simulador de chuva devidamente calibrado, procurando aproximar as chuvadas simuladas das características da precipitação natural do local. Os ensaios realizaram-se em três espécies de matos, Cistus ladanifer (estevas), Cytisus multiflorus (giesta-branca) e Erica australis ssp. aragonensis (urzes), do Parque Natural de Montesinho (PNM), no qual representam 1/3 da sua área. Quantificaram-se também os aspectos morfológicos dos matos que condicionam o processo erosivo, e a distribuição do Carbono nas três espécies de matos em estudo e no solo. Com esta tese conclui-se que a cobertura vegetal de matos, que cobrem boa parte do PNM, reduz os riscos associados à perda de solo pela erosão hídrica, contribuindo para a sua conservação. Os matos têm um papel importante em relação ao Carbono Orgânico pelos quantitativos que estas comunidades armazenam na vegetação e no solo e pela extensão das áreas que ocupam. Daí também a sua importância para o sequestro do Carbono atmosférico, cedendo uma parte ao solo, e assim reduzindo a concentração deste elemento na atmosfera e consequentemente a dos gases de estufa.