Mestrado em Gestão e Conservação da Natureza

... sobre o território comum, olhar a realidade de forma integral e de modo científico

Rúben Manuel Lourenço Coelho

Plano de gestão e conservação de Azorina vidalii (Wats.) Feer

Orientadores:
  • Rui B. Elias
  • João Pedro Barreiros

  • Dissertação disponível em: http://hdl.handle.net/10400.3/3465

    Resumo

    A componente de campo da presente dissertação decorreu na costa da Ilha Terceira (Porto Martins) e na Ilha de São Miguel (viveiros da SPEA, Ilhéu de Vila Franca do Campo e Ribeira Grande).
    Este trabalho tem como espécie alvo a Azorina vidalii (espécie emblemática, protegida regional e internacionalmente, considerada em perigo pelo IUCN e único género endémico de plantas dos Açores).
    O objetivo geral deste estudo é desenvolver um plano de gestão e conservação de Azorina vidalii, e contribuir para a gestão e conservação da orla costeira dos Açores.
    Os objetivos específicos serão a avaliar o nível de proteção das populações de Azorina vidalii nos Açores, identificar as condições climáticas determinantes para a existência das actuais populações, identificar áreas de probabilidade de ocorrência potencial das populações de Azorina vidalii, monitorizar o impacte dos distúrbios naturais nas populações desta espécie, avaliar o sucesso de medidas de conservação exsitu e in-situ, e elaborar propostas para a gestão e conservação da espécie e das populações.
    Em termos de área com proteção das populações de Azorina vidalii nos Açores, algumas ilhas com áreas mais pequenas, apesar de não terem áreas de ocorrência de populações de Azorina vidalii muito maiores do que as outras ilhas com áreas maiores, têm áreas muito grandes de protecção pelo seu Parque Natural de Ilha. Os resultados obtidos demostram que algumas ilhas têm muitas áreas com protecção do Parque Natural de Ilha no interior da ilha, e poucas áreas protegidas nas zonas costeiras. Isso reflecte-se na em pouca área de ocorrência de Azorina vidalii em áreas protegidas.
    Em todas as ilhas a percentagem de populações em áreas protegidas é igual ou inferior a 50%, havendo uma ilha com apenas 0,75%. Em termos de média é de 14,42%.
    Constatou-se que a influência das tempestades resulta em variações sazonais das populações das espécies costeiras nativas. Verifica-se ainda que a ação do mar não tem o mesmo efeito em todos os transectos nem em todas as espécies, mas os resultados levam a crer que há uma resposta ao distúrbio com germinação em massa de sementes nas zonas mais afectadas, pois o número de plântulas é muito maior nos locais com mais distúrbios. Porém há uma fator positivo das tempestades para as populações, que é o input de nutrientes de origem marinha. Como se constatou ainda pelos resultados obtidos da quantidade de Azoto e Cálcio são valores de nutrientes elevados que entram no ecossistema costeiro, os valores de Fósforo, Magnésio e Potássio são mais baixos.
    A taxa de germinação em viveiro verificada durante este estudo foi baixa. A taxa de mortalidade na caixa de germinação foi muito alta por haver uma grande competição entre as plântulas germinadas. As taxas de mortalidade após a repicagem foram altas, aumentando ainda mais a mortalidade total desde da germinação. Estes resultados demostram que este tipo de conservação ex-situ não compensa nem se se justifica, visto que a conservação in-situ tem resultados mais eficazes. Além de análise de custo à conservação ex-situ apontar que esta é um tipo de conservação que necessita um grande investimento económico.

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