Sónia Isabel Campos da Silva Colaço
Contributo para o estudo da pescaria da língua (Dicologoglossa cuneata, Moreau 1881) e breve caracterização da comunidade piscatória da baía de Monte Gordo
Contributo para o estudo da pescaria da língua (Dicologoglossa cuneata, Moreau 1881) e breve caracterização da comunidade piscatória da baía de Monte Gordo
Orientadores:
Resumo
A pescaria da língua (Dicologoglossa cuneata, Moreau 1881) que se pratica na Baía de Monte Gordo tem sido motivo de estudo por parte do IPIMar/CrIPSul, nomeadamente na questão de adequar uma gestão de exploração do recurso. os estudos que vêm sendo levados a cabo em conjunto com a associação de Pescadores, incidem numa pescaria que não se encontra licenciada, uma vez que as actuais práticas de pesca colidem com diversos aspectos da legislação actual que regulamenta o sector. Este trabalho, que decorreu num âmbito do projecto oCIPESCa (Programa INTErrEG III-B, Espaço atlântico), teve como principal objectivo contribuir para aprofundar os conhecimentos acerca da pescaria da língua, quer do ponto de vista da biologia pesqueira, quer sob o ponto de vista socioeconómico da comunidade piscatória local. Para tal, entre Maio de 2004 e Maio de 2005, foi efectuado um conjunto diversifi cado de acções, algumas das quais apenas possível pela atribuição de licenças de pesca experimental durante este período. Dos resultados obtidos acerca da comunidade piscatória destacam-se: (1) uma população de pescadores envelhecida, pois a média etária dos pescadores é de 52 anos, (2) a baixa escolaridade, (3) a dependência da pesca como principal actividade profi ssional e (4) o rendimento económico mensal médio está abaixo de 500€. Sobre a pescaria da língua podemos realçar o reduzido número de espécies acessórias e de rejeições que lhe estão associados, que reforçam a selectividade da arte de pesca utilizada (rede de emalhar de um pano fundeada sem fl utuadores). Contudo, a generalidade das capturas incide sobre a fracção juvenil da população.