A água é um bem essencial para a vida na terra e por muito tempo foi considerada como um bem renovável e infinito mas na verdade a água é um bem limitado sendo necessário promover a sua utilização racional, sem conflitos e desperdícios, de forma a maximizar o bem-estar social e económico de todos os utilizadores. O conflito entre grupos de agricultores e criadores de gado pelo uso da água em Massingir, tem conduzido a situações de tensão social nas comunidades. Esta tese pretende desenvolver e testar metodologia para empoderamento dos “atores” locais, promovendo a negociação e gestão do conflito relacionado com o uso da água e contribuir para o fornecimento sustentável de água em Massingir. Através de debates participativos num processo de diálogo entre o Governo do Distrito, agricultores, criadores de gado e a Sociedade Civil em geral foi possível produzir um conjunto de
estratégias para resolver o conflito entre os agricultores e os criadores de gado e que consistem em: 1) abrir caminhos próprios que levem o gado até ao local de abeberamento; 2) o gado deve ser sempre acompanhado pelo dono e 3) os agricultores devem vedar os seus campos. Essas soluções devem ser combinadas, porque uma só não resolve o problema. Relativamente à água para consumo humano, o acesso à água em Massingir é desigual, impondo enormes restrições à população mais pobre. Apenas a população de um dos sete bairros é que tem acesso a água a partir de sistema de fornecimento de água de pequeno privado, o que corresponde a 16% da população, sendo que a maioria das famílias consome água não tratada obtida nos furos comunitários, comprada a camiões ou obtida diretamente na barragem. Esta situação deixa as famílias vulneráveis as doenças de origem hídrica, como a malária e a diarreia.