Cláudia Inês Botelho de Oliveira
A actividade de observação turística de cetáceos no arquipélago dos Açores: contribuição para o seu desenvolvimento sustentável
Orientadores:
João Manuel dos Anjos GonçalvesMónica Almeida Silva
Dissertação disponível em: http://hdl.handle.net/10400.3/3370
Resumo
A actividade de observação turística de cetáceos no arquipélago dos Açores começou em 1993 e tem crescido rapidamente nos últimos dez anos. Este trabalho surgiu perante a necessidade de caracterizar a situação actual da actividade. Assim, pretende caracterizar sócio-economicamente a actividade, identificar os seus potenciais riscos e contribuir para o seu desenvolvimento sustentável, através de recomendações e/ou sugestões. A recolha de informação foi efectuada através de inquéritos às empresas de observação turística de cetáceos e aos turistas desta actividade. Foram analisados 15 inquéritos das empresas e 146 de turistas. Em 2004, existiam15 empresas licenciadas, 35 embarcações, 85 postos de trabalho e cerca de 30.000 clientes (predominantemente nos meses de Julho e Agosto). A actividade no grupo central começou em Abril e terminou em Outubro e no grupo oriental em Janeiro e Dezembro. As nacionalidades dos turistas mais representativas foram portuguesa, alemã, inglesa e francesa. As espécies de cetáceos mais avistados pelas empresas foram, por ordem decrescente: golfinho-comum, cachalote, roaz-corvineiro, golfinho-pintado e grampo. No entanto, as observações parecem ser selectivas para os cachalotes, através de um maior esforço de observação dirigido a esta espécie. A maioria dos inquiridos eram mulheres, tinham idades, mais frequentemente, entre os 35 e 44 anos, possuíam formação superior, viajavam na companhia de amigos ou familiares e permaneceram cerca de 7 dias no arquipélago. O nível de satisfação dos inquiridos que fizeram observação de cetáceos foi bastante elevado. O método do custo de viagem foi aplicado para determinar o excedente do consumidor total de 2004. O valor obtido foi de 1.522.959,69â¬, que corresponde à valoração da actividade pela sociedade em 2004. As empresas têm a possibilidade de aumentar os seus benefícios através da diversificação da oferta, nomeadamente quanto às espécies-alvo, e também de minimizar os impactos através do cumprimento da legislação existente.
Centros de investigação que apoiam o mestrado