Mestrado em Gestão e Conservação da Natureza

... sobre o território comum, olhar a realidade de forma integral e de modo científico

João de Deus Meneses Melo

Perceções, atitudes e comportamentos da população angrense face à disponibilidade de água no concelho

Orientadores:
  • António Félix Rodrigues
  • Emiliana Silva

  • Dissertação disponível em: http://hdl.handle.net/10400.3/1810

    Resumo

    Esta tese pretendeu conhecer as perceções que a população angrense tem sobre a qualidade e disponibilidade de água no seu concelho, dos usos que lhe são dados especialmente em possíveis situações de sua escassez e que se possam traduzir num eficiente controlo de desperdícios, aquando da sua utilização doméstica e agrícola. Essas perceções foram analisadas através de um inquérito. Neste estudo, foram inquiridas 113 pessoas que dispuseram-se a colaborar. da análise das respostas sobressaem as seguintes percepções: 1) A população angrense atribui à escassez dos recursos hídricos na ilha a diminuição da precipitação; 2) Pensa que os serviços municipalizados deveriam “cuidar” mais ou melhorar o tratamento da água para consumo doméstico; 3) A grande maioria dos inquiridos não está disposta a pagar mais pelo acréscimo de uma melhoria da água para consumo, ou de outro modo, não está disposta a pagar um preço superior ao que já paga na atualidade; 4) Mais de metade dos angrenses inquiridos ingere água canalizada, aquela que é disponibilizada nas suas habitações; 5) Consideram que o duche é uma alternativa ao banho de imersão (para a maioria dos respondentes) como uma medida eficaz de poupança de água; 6) O problema mais apontado para o não uso de água engarrafada foi o aumento dos resíduos sólidos relacionados com esse comportamento. Foi feita uma comparação entre as respostas dos inquiridos, de forma a perceber se existiam relações causais ou explicações naturais que sustentassem coerentemente essas percepções. No que se refere à perceção do nível de consumo (quantidade de água utilizada pela população), é referido um gasto médio de 112,24 € mensais com água, luz e gás o que não afasta muito da realidade portuguesa, uma vez que os gastos mensais com esses bens são muito próximos (INE, 2012). Outro dos pontos abordados na tese relaciona-se com a percepção dos angrenses sobre os problemas de doenças/saúde pública que podem estar associados à má qualidade da água e as razões ou fatores que lhes atribuem. Pretendeu-se perceber neste trabalho se os angrenses têm a perceção de que o consumo de água engarrafada desencadeia outros problemas ambientais pelo facto do plástico das garrafas ser um dos produtos derivados do petróleo e, consequentemente, levar à produção de resíduos que necessitam de reciclagem. Essa percepção foi nítida. Também se considerou ser importante saber quais os diferentes meios que a população angrense tem para a captação ou uso de água para consumo (nascentes, furos, poços de maré, chafarizes, etc.) e recolha da água da chuva (cisternas, tanques agrícolas, entre outros) e qual o seu nível de auto-suficiência em casos de escassez de água. A percentagem de angrense que possuem sistemas de captação de água da chuva ou sistemas alternativos de abastecimento de água é ínfima, o que quer dizer que são extremamente vulneráveis da qualidade/quantidade da água do sistema de distribuição pública. Outro objetivo deste estudo é estratégias e as alterações climáticas. Este trabalho também contém uma explicação sumária do ciclo da água numa ilha vulcânica; uma caraterização dos usos e consumo sazonal de água no Concelho de Angra do Heroísmo; uma descrição mais pormenorizada das questões metodológicas (seleção da amostra, elaboração e validação do questionário); e finalmente, a apresentação dos resultados e conclusões.

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