José Luís Nunes Rosa
Efeitos dos Ungulados Bravios na Agricultura e Floresta no Parque Natural de Montesinho: O Caso da Zona de Caça Nacional da Lombada
Orientador:
Miguel Bugalho
Dissertação disponível em: http://hdl.handle.net/10198/10980
Resumo
As populações de ungulados, em particular de cervídeos, parecem estar a
aumentar em todo o mundo, e particularmente na Europa (Gill, 2000; Fuller e Gill,
2001; Reimoser, 2003; Côté et al., 2004; Pépin et al., 2006). As razões para este
aumento devem-se sobretudo a (DeCalestra e Witmer, 1994; Mayle, 1999; Gill, 2000;
Nistal, 2000; Fuller e Gill, 2001; Côté et al., 2004): (i) aumento do habitat disponível,
com crescimento das áreas florestais e de matos; (ii) diminuição da perturbação
humana, dado o êxodo das populações do meio rural, deixando devolutas as áreas
agrícolas menos produtivas; (iii) menor pressão de gado doméstico sobre o meio,
possivelmente, com redução da competição entre este e a fauna silvestre pelo uso de
pastagens; (iv) menor perseguição directa às espécies, devido a um maior controlo da
actividade cinegética; (v) ausência de predadores.
Os ungulados bravios são diversas vezes referidos como causadores de
impactos importantes na biodiversidade das comunidades de áreas de bosque. Esses
impactos vão para além da vegetação (herbácea, arbustiva e arbórea) directamente
atingida, afectando um conjunto alargado de organismos de diferentes taxa
(invertebrados, pequenos mamíferos, e aves) (Gill, 2000; Fuller e Gill, 2001). Sharpe et
al. (2002) refere que quando as populações de cervídeos não se encontram expostas
à predação (caça ou carnívoros de topo), ou controladas pelo clima, o seu impacto na
vegetação induz uma cascata de efeitos, que podem alterar a diversidade vegetal e a
abundância e diversidade de aves e insectos pelos efeitos que provocam nos habitats.
Por ex., Virtanen et. al. (2002) refere maior diversidade florística em pastagens,
quando o veado (Cervus elaphus) está presente, mas outros autores (ex. Sharpe et al.
2002; Rooney e Waller, 2003) apontam para uma diminuição da diversidade florística.
Centros de investigação que apoiam o mestrado