Biodiversidade
Descrição da disciplina
Objetivos de aprendizagem
1) Introduzir o conceito de biodiversidade e caracterizar a importância da diversidade biológica nas suas múltiplas facetas (genética, espécies, ecossistemas), mas com ênfase na riqueza em espécies e padrões de abundância e distribuição das espécies;
2) Demonstrar que existem vários padrões em ecologia que nos ajudam a estabelecer modelos de quantificação da riqueza e raridade das espécies;
3) Estabelecer a relação entre fragmentação dos habitats, dinâmica de populações, biogeografia insular e conservação;
4) Dominar várias ferramentas de modelação ecológica.
Conteúdos programáticos
1) Biodiversidade, formas de a medir;
2) Componentes principais da riqueza em espécies: local (alfa), diferenciação espacial ou temporal (beta), e regional (gama);
3) Medidas multiplicativas vs. aditivas de diversidade beta;
4) Estimadores não paramétricos de riqueza em espécies;
5) Relação entre riqueza em espécies local e regional;
6) Raridade;
7) A relação interespecífica entre abundância e distribuição;
8) Relação "espécies - área"Â, a "Teoria da Biogeografia Insular"Â e aplicações na Biologia da Conservação
Demonstração da coerência de conteúdos programáticos com os objetivos de aprendizagem
Pretende-se enquadrar os alunos nos mecanismos naturais que regulam a abundância e a distribuição dos organismos vivos, incluindo a diversidade taxonómica e molecular. A Macroecologia uma das fundações teóricas da Conservação da Natureza, sendo as aulas Teórico-Práticas direccionadas para a aplicação de modelos macroecológicos e moleculares na conservação das populações naturais.
O desenvolvimento destes tópicos permitirá mostrar que os padrões mais comuns da biodiversidade, são consequência da combinação de processos determinísticos e do acaso, operando às escalas local e regional, sob a influência de factores abióticos, das interacções ecológicas e eventos históricos.
Os conteúdos são abordados numa dinâmica baseada na consulta, interpretação e análise de textos que abordem as mais diversas temáticas metodologias na área da macroecologia.
Metodologias de ensino
A avaliação final consiste numa componente teórica que vale 60% e noutra teórico-prática que vale 40%. A avaliação teórica consiste em duas frequências que avaliam toda a matéria. Este exame consiste em 20 questões de escolha múltipla (V ou F). O aluno terá ainda de escolher cinco questões que julgue Falsas para justificar a razão pela qual as afirmações não estão correctas. O exame tem o limite de 25 minutos para ser realizado. A classificação faz-se da seguinte forma: a resposta errada é 0, a resposta certa é 1. Nas cinco questões para justificar, caso a justificação esteja errada, desconta -0.5. Ou seja, um aluno que responda correctamente a todas as questões mas que falhe todas as justificações terá uma nota de 20-2.5 = 17.5. Em adição o aluno tem de resolver cinco exercicios e discutir um assunto teórico. A avaliação prática consiste num Projecto individual sobre um tema da sua escolha mas trabalhado com o Docente.
Demonstração da coerência das metodologias de ensino com os objetivos de aprendizagem
Iremos dar prioridade a aulas interactivas em que o estudante terá de discutir os textos previamente agendados, de modo a permitir aos alunos receberem a informação fundamental e aplicarem os conhecimentos adquiridos em exemplos de conservação da biodiversidade. é utilizada uma metodologia expositiva para a apresentação da matéria teórica mais complexa exemplificando com exercícios no âmbito de cada temática. Os exercícios são os adequados ao desenvolvimento das competências em Biodiversidade, Macroecoologia e Ecologia Molecular. Tendo em conta que o sucesso na disciplina não é compatível com um estudo pontual, torna-se útil a implementação de processos que contrariem esta tendência. O recurso a leituras contínuas de textos obriga os alunos a acompanhar de perto o desenrolar da matéria. Por outro lado, o envolvimento dos alunos em projectos coordenados pelo docente da unidade curricular vão permitir a ponte entre os aspectos teóricos e a prática da investigação científica no Grupo da Biodiversidade dos Açores. Na sua organização, o programa da disciplina de Biodiversidade reflecte a visão de biodiversidade recentemente proposta por Hubbell (2001) que considera que esta é sinónima de riqueza em espéciesâ e da abundância relativa das espéciesâ no espaço e no tempo. Assim, a primeira parte da disciplina é dedicada à apresentação das múltiplas formas com que a "riqueza em espécies" pode ser caracterizada e medida, enquanto a segunda parte da disciplina se dedica ao estudo dos padrões de distribuição e abundância das espécies que definem a sua riqueza local e regional e a sua raridade no espaço e no tempo. A disciplina continua com a revisão da "Teoria da Biogeografia Insular" e a sua aplicação à biologia da conservação e finalmente o estudo da importância de dados moleculares para a conservação da biodiversidade
Bibliografia
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Lawton, J.H. (2000). Community ecology in a changing world. International Ecology Institute, Oldendorf/Luhe, Germany.
Rosenzweig, M.L. (1995). Species diversity in space and time. CambridgeUniversity Press, Cambridge.
Whittaker, R.J., Willis, K.J. & Field, R. (2001). Scale and species richness: towards a general, hierarchical theory of species diversity. Journal of Biogeography, 28, 453-470.